AUSENTE NO CONGRESSO
Cana é cultivada em fazenda do deputado João Lyra
Símbolo maior do poder político e econômico dos usineiros em Alagoas, o grupo João Lyra deixou de lado a liderança agroindustrial no Estado e enfrenta uma crise sem precedentes. Com falência já decretada, mas questionada judicialmente, o grupo tem dívida bilionária, terras invadidas e enfrenta o protesto constante de funcionários com salários atrasados. l Dono de cinco usinas em Alagoas e Minas Gerais, o usineiro e presidente do grupo que leva seu nome, João Lyra (PSD), foi eleito deputado federal pelos alagoanos em 2010 e chegou à Câmara, onde cumpre mandato até 2014, com o status de parlamentar mais rico do país --seu patrimônio declarado é de R$ 240 milhões. Mas ao longo desse período, o deputado deixou o posto de líder político para encarar problemas em seu grupo. Eleito sempre com o discurso "gestor exemplar", Lyra começou a dar sinais de que o império começava a ruir janeiro de 2010, quando o grupo conseguiu na Justiça um despacho para "recuperação judicial".De lá para cá a situação piorou. Segundo o Tribunal de Justiça, o grupo deve pouco mais de R$ 1,2 bilhão (cinco vezes o patrimônio declarado de seu presidente) e teve falência das usinas e empresas associadas decretada, a pedido de credores, em setembro de 2012.A maioria das dívidas é com grandes fornecedores, que cobram pagamento judicialmente. A decisão de falência foi revertida liminarmente pelo Tribunal de Justiça, que deve julgar o caso, com seu pleno, na próxima semana, quando uma posição definitiva será tomada.A situação recente do grupo surpreende pela posição confortável que tinha até cerca de cinco anos atrás. Seus investimentos corriam dentro de uma aparente normalidade. "Era uma situação tão tranquila, que o grupo obteve todos os empréstimos que quis e de necessitou junto à rede bancária nacional e internacional", afirmou o economista Cícero Péricles.Para o economista, de 2009 até agora foram várias as tentativas de renegociação da dívida do grupo com credores, mas todas teriam fracassado. "As constantes renegociações e a presença desse grupo no noticiário econômico, sempre em posição desconfortável, parecem indicar que, caso não ocorra uma novidade de caráter muito surpreendente, ele terá o mesmo destino de alguns grupos do Sudeste, que sofreram processos de reestruturação, de divisão ou que fecharam definitivamente."Divulgação
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