Nosso organismo possui tanto as células de gordura brancas como as marrons. As primeiras armazenam energia sob a forma de triglicerídeos e inflam quando comemos demais, aumentando a barriga. Já as células do tecido marrom são responsáveis por gerar calor para o corpo, o que é fundamental para a sobrevivência de nossa espécie. Os adultos possuem mais células de gordura branca do que marrom.Recentemente, cientistas da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, descobriram um hormônio produzido durante a atividade física capaz de transformar gordura branca em marrom. Esta substância, conhecida como irisina, atravessa o músculo até o tecido adiposo e, lá, estimula a queima de calorias por gerar calor, termo conhecido como termogênese.Estudos realizados em ratos que foram submetidos a treinamento físico regular mostraram que estes animais tinham altos níveis de irisina e por isso sofriam mudanças no funcionamento das suas células de gordura. Então uma molécula secretada durante o exercício seria capaz de transformar unidades de armazenamento de triglicerídeos em fontes produtoras de calor.A irisina não forma adipócitos escuros idênticos aos que temos naturalmente, o que se nota é o aparecimento de um tecido bege, com metabolismo menos acelerado do que o marrom, porém muito mais ativo do que o branco. A cor menos clara vem da elevada concentração de ferro dentro destas células.Os benefícios da irisina vão além da perda de peso, pois podem ajudar na proteção cardiovascular, uma vez que a gordura branca é responsável pela produção de uma série de substâncias metabolicamente ativas que agridem o funcionamento do coração e favorecem a formação da placa de ateroma. As células do tecido bege diminuem a quantidade do tecido adiposo branco e das moléculas produzidas por ele.Em relação ao diabetes, este tecido bege utiliza mais glicose para realizar suas atividades, recrutando mais açúcar do sangue para dentro das células. A irisina melhora a ação da insulina, o que ajuda no combate a obesidade.O artigo de Harvard não se limitou a observar ratos. Após suarem a camisa cinco vezes na semana por quase três meses, oito voluntários também passaram a apresentar taxas extras de irisina. Entretanto, não foram averiguados se estes efeitos da molécula eram similares aos encontrados nos animais. Não é uniforme a produção de irisina durante a atividade física nos indivíduos. É necessário planejar uma rotina de treinamentos regulares e contar com um pouco de paciência para as vantagens começarem a surgir.Os cientistas ainda desconhecem qual a intensidade perfeita ou mesmo se as sessões de musculação promoveriam a propagação deste hormônio. É importante ficar longe do sedentarismo, mas respeitar seus limites.A versão sintética da irisina deve começar a ser testada em voluntários a partir de 2013 e sua vantagem em relação a outras substâncias que auxiliam na perda de peso é o fato da mesma não agir no sistema nervoso central. È importante ressaltar que vários fármacos, e em especial os que aumentam a queima energética do corpo, mostram benefícios em animais, mas não em seres humanos. Divulgação
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