Arquivo Pessoal | ||
A transexual Laysa Machado, que dirige colégio desde 2009 |
Na cidade natal, no interior do Paraná, enfrentou rejeição da família e foi demitida do colégio católico em que lecionava sob acusação de "subversão" depois de sair em público com seu primeiro vestido, aos 27 anos."Eu fui execrada. Perdi tudo: amigos, emprego." Laysa mudou-se para Curitiba, iniciou o tratamento hormonal e, quatro anos depois, fez a cirurgia de readequação genital. Para pagá-la, vendeu tudo o que tinha.Hoje, Laysa é mulher inclusive no papel --conseguiu a retificação de seus documentos em 2007, na Justiça.No Colégio Estadual Chico Mendes, onde está desde 2004, ela diz que enfrentou preconceito especialmente dos colegas de trabalho. "Eram risinhos, chacotas. O pensamento de algumas pessoas era assim: como que pode travesti dando aula? Travesti tem que estar na prostituição, e não aqui."A discriminação, segundo ela, foi vencida aos poucos, às custas de trabalho. "Ela sofreu, mas sempre mostrou que, em primeiro lugar, era uma educadora", conta a colega Gisele Dalagnol, que elogia a pontualidade e o comprometimento de Laysa."Para o meu filho, ela é a melhor professora. É dinâmica, tem um jeito diferente de dar aulas", afirma a mãe Roseli de Moraes, cujo filho de dez anos é aluno de Laysa.
Hoje, Laysa é casada, dá aulas de teatro, já ganhou prêmios como atriz amadora e sonha em trabalhar em novela. "Quero que alguém tenha coragem de me chamar."divulgação
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