Durante a gestação, os hormônios entram em ação, e a progesterona, por exemplo, é a responsável por deixar os fios mais volumosos, sedosos e bonitos. “Os hormônios da gravidez fazem que a fase de crescimento, a anágena, dure por mais tempo, fazendo que o cabelo fique realmente mais encorpado”, afirma Helua Gazi. Depois de dois ou três meses após o parto, os níveis de hormônio novamente se alteram e o cabelo se modifica. “Chamamos esse tipo de queda de cabelo ‘programada’. Nesse período, muitos fios vão se encontrar na fase telógena (queda) e acabam caindo muito mais do que o normal”, explica. Mas o eflúvio telógeno não ocorre somente após a gestação. Muitas vezes, ele acontece depois de procedimentos cirúrgicos, agressão emocional, deficiência alimentar, cansaço intenso e processos infecciosos. O normal é ter 10% apenasde folículos na fase telógena, mas no momento pós-parto pode-se chegar a 50%. “Há casos em que o fenômeno de queda pode se prolongar por mais de seis meses, mas são raros”, alerta Murilo Drummond, dermatologista e professor titular do Instituto de Pós-Graduação Médica Carlos Chagas (RJ).
Alopecia areata
Conhecida popularmente como “pelada”, é uma doença que atinge igualmente homens e mulheres, caracterizando-se pela queda repentina dos pelos nas áreas afetadas, sem alteração da superfície cutânea. “Geralmente há formação de placas arredondadas, nas quais não há crescimento do cabelo. Pode ocorrer em qualquer região onde haja pelos, como no couro cabeludo, na barba, etc.”, exemplifica Helua Gazi. Entre as possíveis causas, estão uma predisposição genética que seria estimulada por fatores desencadeantes, como o estresse emocional e fenômenos autoimunes. “Nesse caso, empregam-se tratamentos locais com o intuito de reduzir o processo inflamatório.”
Alopecia androgênica
É a famosa calvície. “É uma manifestação fisiológica que ocorre em indivíduos geneticamente predispostos levando à queda do cabelo, que sofre um processo de miniaturização. A herança genética pode vir do lado paterno ou materno”, afirma Helua Gazi. A alopecia androgênica é o resultado da estimulação dos folículos pilosos por hormônios masculinosque começam a ser produzidos na adolescência (testosterona). “Ao atingir o couro cabeludo de pacientes com tendência genética para a calvície, a testosterona sofre a ação de uma enzima, a 5-alfa-redutase,e é transformada em di-hidrotestosterona (DHT). É a DHT que vai agir sobre os folículos pilosos, promovendo a redução progressiva a cada ciclo de crescimento do cabelo, que vai se tornando menor e mais fino. O resultado é a calvície”, explica a dermatologista. Segundo ela, nesse caso, assim como na alopecia androgenética feminina, o tratamento visaao prolongamento da vida útil dos folículos pilosos retardando ou interrompendo o processo de queda do cabelo. E isso pode ser feito por meio do uso de substâncias aplicadas diretamente no couro cabeludo,como o minoxidil, ou com medicamentos por via oral, como a finasterida, que recentemente passou a ser indicada para as mulheres.
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