Cena
do filme "A Memória Que Me Contam", de Lucia Murat. Dedicado pela
diretora para a ativista Vera Silvia Magalhães, morta em 2007, o longa
mostra um grupo de sobreviventes da ditadura militar no Brasil, que se
reúnem quando uma amiga está no leito de morte. Conflitos entre a
gerações que viveram o drama do período militar e os jovens são
abordados no longa, que traz no elenco Irene Ravache, Simone Spoladore,
Otávio Augusto, Franco Nero e José Carlos Machado. As angústias e conflitos de uma geração que sobreviveu a torturas
durante o regime militar no Brasil são exploradas em "A Memória Que Me
Contam", novo filme de Lúcia Murat, uma diretora ligada ao drama que os
personagens sentem, já que ela mesma passou pela repressão da ditadura. O
filme foi exibido em 2012 na 36ª Mostra de Cinema de São Paulo e no
Festival de Tiradentes.Reunidos por conta da iminente morte de Ana, uma ativista que viveu com
sequelas depois de ter sido torturada, um grupo de amigos reflete sobre
a época que viveram, revelando ao espectador todo tipo de contradição e
emoções que os personagens, todos acima de 50 anos, sentem.Irene Ravache retorna à parceria com Lúcia Murat quase 25 anos depois
do lançamento de "Que Bom Te Ver Viva", longa de estreia de Murat e que
também abordava a temática da ditadura, ainda que com um formato mais
documental.TRAILER DE "A MEMÓRIA QUE ME CONTAM"Entre os amigos também está o ministro da Justiça José Carlos,
interpretado pelo experiente Zé Carlos Machado, que é confrontado pela
opinião pública por conta dos documentos ainda não revelados referentes à
ditadura. Mesmo distante dos companheiros por conta dos deveres como
político, o personagem mostra os mesmos conflitos e reflexões internas
dos amigos.Parte sobre o que refletem os personagens é o conflito entre a visão
política que possuem com a dos jovens, encarnados especialmente pelos
atores Miguel Thiré e Patrick Sampaio, filhos da geração anterior. Com
personagens homossexuais, eles representam uma contestação dos valores
dos pais -- incluindo o preconceito velado, algo inesperado de um grupo
de pessoas tido como intelectualizado.Já Simone Spoladore interpreta a versão jovem de Ana, uma memória com a
qual dialogam amigos e parentes, sempre calma e pronta para analisar a
vida que os resistentes tiveram entre uma baforada e outra de seu
cigarro também virtual. Inspirada na militante Vera Sílvia Magalhães,
amiga pessoal de Lúcia Murat e vítima da ação, a atriz é o elo de
ligação entre todos no longa, servindo como espírito crítico para suas
ações e reflexões.O filme também traz pequenas críticas à mídia e mostra como uma
mensagem pode ser confusa quando transmitida durante o telejornal. Uma
das cenas traz o personagem de Zé Carlos Machado tendo suas palavras
deturpadas por conta da edição de uma reportagem de televisão. A
mensagem chega aos velhos amigos do político, Divulgação
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